sábado, 22 de maio de 2010

Feche as válvulas!

Em 1973, apenas alguns dias antes da Guerra do Yom Kipur, a inteligência israelense recebeu vários comunicados de que as forças sírias e iraquianas estavam se mobilizando. Mesmo assim, o chefe da inteligência na época, Eliahu Zaira, disse que nada ia acontecer. Ele e a equipe dele acreditavam, com certeza absoluta, que as ameaças não eram verdadeiras, que não havia razão para temer, que simplesmente não ia haver uma guerra. Eles alegaram que haviam recebido informações que pareciam ser contrárias ao resto dos comunicados.

Este incidente é chamado de “A Concepção” e foi bastante investigado na época.

Literalmente, na véspera do Yom Kipur, o dia mais sagrado em Israel, em que o trânsito literalmente para e o silêncio e a serenidade permeiam as ruas de todo o país, telegramas do Cairo e de Damasco foram enviados a Israel, dizendo que eles iam atacar no dia seguinte. Depois da perda de centenas de milhares de vidas, ficou óbvio que as ameaças eram verdadeiras.

Milhares de mortos, dezenas de milhares de feridos, e tudo porque alguém, em algum lugar, tinha certeza absoluta de alguma coisa falsa.

Esta é uma ilustração dramática de uma questão simples. Muitas vezes, ficamos presos a sistemas de crenças e ficamos cegos por causa delas. Um exemplo: digamos que seja dia 8 de março e um amigo seu insista que é 4 de julho – mesmo que todos os calendários, relógios e computadores digam o contrário.
Precisamos saber que às vezes estamos errados. Devemos ter certeza absoluta do caminho em que estamos, no modo que vivemos a nossa vida, mas não de outras coisas.

Você já se viu no meio de uma discussão em que não consegue mais ouvir a outra pessoa? Como se seus ouvidos tivessem sido desligados? Nessas horas, fica óbvio como bloqueamos tudo que ouvimos por estarmos totalmente voltados para dentro.

Mas também temos que ficar de olho no bloqueio mais sutil das válvulas interiores.
Alguma coisa nos impede de arredar o pé, e como meu pai e professor sempre diz: “por todas as razões certas”, nós magoamos, culpamos e muitas vezes prejudicamos a nós mesmos e aos outros. Não há dúvidas de que Zaira achou que estava fazendo a coisa certa e que acreditava que sua decisão não prejudicaria ninguém – muito pelo contrário. Mas, repetindo, temos que aceitar o fato de que às vezes, mesmo com a melhor das intenções, estamos errados.

A pessoa que somos hoje, tanto com nossa Luz e nossas limitações, existe porque estamos presos a certas coisas. Quando nos abrimos para outras coisas, pessoas, opiniões, histórias, fatos e detalhes, aí sim, podemos realmente deixar a Luz entrar.

ESQUEÇA VOCÊ MESMO

Transcendo meus próprios limites para poder me unir à Árvore da Vida. A felicidade vem ao meu encontro, agora que meu ego saiu da berlinda. Domino a arte de sair da frente do meu próprio caminho, abandonando toda teimosia.

Um comentário:

Renata Costa disse...

Menina, adoro o que vc escreve. Vê se longe daqui vc não some!! Beijoss grandes assim ó!